terça-feira, 1 de setembro de 2009

Contrastes ...





Domingo, dia 30 de agosto de 2009. Quase 11:00 da manhã, na praia rasa, em búzios. A foto de cima mostra o "escritório" do Beto. O instrutor de kite e novo amigo que conheci neste dia. Um escritório improvisado no meio de uma praia praticamente deserta, mas com muito vento. Meu primeiro contato foi com sua esposa, Joad, uma menina simpática assim como Beto. Enquanto ele velejava de kite com seu pranchão, e aproveitava um pouco do vento que soprava, ela me ofereceu a estrutura do "clube" para eu utilizar, com barraca, cadeira ...

Resolvi encher o kite e me juntar ao Beto naquela manhã ensolarada tão especial. Ao encher o kite descobri uma das boias furadas, mas foi quando a Joad disse que chamaria o Beto para resolver o assunto. Insisti que não era necessário interromper seu velejo, quando ela disse: "que nada, ele não está fazendo nada demais mesmo".

Com a mesma simpatia, conheci o Beto, um sujeito tranquilo que parecia ter parado o seu relógio no tempo. Além da calma e tranquilidade relevadas na sua voz mansa, seu semblante não escondia a tranquilidade da vida que ele levava. Em poucos minutos de conversa, me confidenciou sua alegria de ter como profissão a sua paixão. Há 8 anos, vivia do esporte e sustentava 3 filhos. Em pouco tempo, me ajudou a trocar as boias do kite, enchemos a pipa e parti para o velejo. Um dia clásssico: céu azul, praia deserta, mar verde e algumas pequenas ondas que serviam como rampa para ensaiar alguns pequenos saltos (ainda o medo do joelho falhar) ...

Algumas horas depois, já com a "cabeça-feita", guardei o equipamento e me despedi do Beto e Joad. Pouco contato, mas a sensação de realização de fazer kite em um lugar tão especial. Mais uma vez agradeci a atenção sincera dos 2, com uma despedida não diferente da recepção que eu tive na minha chegada.


08 da manhã de segunda-feira. Dia 31 de agosto, meu avião acabava de pousar em São Paulo. De volta a rotina de trabalho semanal. Antes do avião estacionar por completo, as pessoas já levantaram se amontoandas pelo corredor do avião. A maioria de gravata, parecia mesmo um grande rebanho desorganizado. As pessoas apertadas num corredor curto, antes mesmo da porta abrir, do avião estacionar por completo e com as cadeiras vazias. "Pra que a pressa ?", pensei e me mantive sentado no mesmo lugar. talvez ninguém soubesse explicar ... Esperei todos saírem e calmamente me dirigi para a esteira de restituição das bagagens.

A verdade é que São Paulo já funciona assim. As pessoas correm de um lado para o outro, mas parece não terem mesmo um sentido para tal. Na fila para o taxi, mais de 50 pessoas esperando pacientemente o taxi. Entrei no taxi, após algum tempo de espera, uma discussão do motorista com um motoqueiro ... Não podemos negar a organização da cidade, mas a cidade parece uma panela de pressão prestes a explodir a qualquer momento.

É claro que toda vida, seja mais simples ou seja mais luxuosa, tem suas concessões. Mas na minha opinião, o verdadeiro "luxo" tem a ver em estar com sua família, interagir com a natureza, viver as noites e dias, "ser" mais do que "ter" ...

Parabéns Beto ! Pelo padrão de atendimento, respeito, educação que muitas empresas maiores não tem.

Parabéns por fazer o que ama e amar o que faz, e assim sustentar seus 3 filhos. Esse é sem dúvida o segredo de uma vida mais intensa, mais verdadeira, mais saudável e duradoura.

2 comentários:

  1. É meu amigo ... estilos de vida muito diferentes !
    A gente tende a viver ou no passado, ou no futuro, e esquece o que vc escreveu. Que na verdade só existe o hoje, e o agora. E gasta o hj preparando o futuro, ou lembrando do passado.
    A gente aprende ... a gente chega lá !
    Um abraço meu amigo,
    Andre Neiva

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  2. É Big Fly. Agora acho que vc entendeu bem quando comentei com vc que esta cidade é uma verdadeira "panela de pressão", pois sinto que estou dentro dela principalmente naqueles dias frios e chuvosos, sem nada pra fazer na minha humilde opinião e estilo de vida, pois me nego a enfrentar filas em restaurantes ou buscar por horas uma vaga de estacionamento nos shoppings. To fora, to “forasso”, e por isso que saio desta panela de pressão sempre que posso nos finais de semana e principalmente nos feriados. Vamos pro vôo, falta pouco ... Abção.

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