quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Decisões e Escolhas


Texto by Dudu Guedes

Dizem que somos o reflexo das nossas escolhas. Que toda decisão tem um renúncia. Algumas tem várias renúncias. Verdade. E assim, meio que sem saber, ou sem nos dar conta, vamos tomando decisões todos os dias. Das mais simples às mais complexas. Acordar cedo ou chegar tarde no trabalho. Fazer ou não a barba. E vamos nos moldando, criando novas perspectivas e novas visões sobre o mundo.

E no meio destes pensamentos, percebi que existem 2 tipos de atitudes que podem ser coerentes ou divergentes entre si. Uma é a atitude externa, que chamo de escolhas. É quando externamente escolhemos por um novo emprego, uma nova relação, um novo hobby. Escolher significa movimentar o mundo exterior de acordo com o que pensamos ser o mais certo naquele momento. Mas escolhas nem sempre são acompanhadas das decisões. Decisões são muito maiores. As decisões são as atitudes internas. É como internalizar uma escolha que fizemos no mundo exterior. Penso que a maioria dos sofrimentos são originados pela incoerência das decisões e escolhas que atualmente vemos em muitas pessoas, em muitas famílias. Escolhemos no mundo exterior o que não decidimos internamente. Ou o contrário, decidimos internamente o que não temos coragem de escolher.

Escolher é optar por uma alternativa, decidir é encerrar as outras alternativas. Manter o emprego ou arriscar-se num nova empreitada, viajar ou fincar raiz, morar com os pais ou sair de casa, ir tomar um chopp com os amigos ou fazer uma surpresa para a namorada, ficar solteiro ou casar, cuidar do cachorro ou lavar o carro, manter o filho numa escola tradicional ou lança-lo num novo ambiente, mudar de cidade ou não ... Coisas simples ou mais complexas, mas simplesmente escolhas e decisões.

Precisamos ter mais coerência entre ações e pensamentos. Quando nossas escolhas não são acompanhadas por uma decisão ou quando uma decisão não é acompanhada por uma escolha, prolongamos um ciclo e isso gera dor, às vezes sofrimento.

Entretanto muitas vezes, vemos escolhas que são tomadas justamente como forma de gerar uma decisão. É como se o mundo exterior fosse um campo de treinamento para internalizar uma opinião. Mas não é. Como se a vivência pudesse apontar as respostas.

Em outras vezes, vemos que as decisões não são acompanhadas pelas escolhas. Vemos pessoas que internalizam uma decisão, mas tem tanto medo de fazer uma escolha. Medo de arriscar ou de perder, renunciar. Deixar para a vida tomar as decisões. Perigoso. Mas estas mesmas pessoas ignoram que não tomar uma decisão já é uma decisão. Por isso vemos tantas pessoas infelizes no próprio emprego ou casamento. Sabem que não são felizes, já tomaram uma decisão interna, mas não tiveram coragem de escolher a mudança. Ficaram presas no casulo dos seus tortos pensamentos ou atitudades. Tem pessoas que pensam demais e agem de menos, já outras agem demais e pensam de menos ... Desequilíbrio no ecossistema interpessoal.

Por outro lado, temos que respeitar nosso momento, nosso caminhar, nosso tempo. O tempo do coração nem sempre é o tempo do relógio. Em geral não é. Como diz na música, "ando devagar porque já tive pressa".

Mas para não parecer um texto tão frio, é importante lembrarmos das pessoas coerentes. Dignas de muita admiração. Pessoas que lutam pelo que acreditam. Que antes de tudo, sabem no que acreditam. São pessoas leves, companhias saudáveis, com bom humar e astral contagiantes. Corajosas. De cabeça erguida. Pessoas que vivem com a pureza infantil. Nunca vi uma criança com esses conflitos. Crianças escolhem e decidem automaticamente.

O voo-livre é para mim como um exercício de escolhas e decisões. É como voltar a ser criança e voar pela terra-do-nunca do nosso imaginário, escolhendo a nuvem que iremos tocar. Às vezes, estamos a quase 2.000 m de altura do solo e temos que escolher e decidir uma rota. Isso significa muitas vezes optar por uma caminho de nuvens mais promissor, com mais térmicas prováveis para um vôo mais longo. Por outro lado, esta decisão às vezes traz a renúncia de pousos seguros. Certa vez, pousei no topo de um morro no cerrado, sem acesso a carro. O resultado foram 2 horas de caminhada até a fazenda mais próxima e um pôr do sol de perder o fôlego. Apesar de estar sozinho neste dia, parecia tão bem acompanhado. Com uma força divina que me acompanhava. Meu anjo da guarda é sem dúvida um segurança invejável. Preciso dar umas férias para ele.

Que em 2011, seja possível fazermos escolhas coerentes e principalmente decidirmos. Só depende de cada um de nós. E lembrarmos que nem sempre o que queremos é o que precisamos. O resto é ter fé e gratidão, que com certeza o universo irá nos retribuir com o que tem de melhor e necessário para cada um de nós. Amém.

O menino do meio-fio


By Dudu Guedes

Ontem parei na padaria ao lado de casa, em Niterói. Era bem cedo, quase 07:30, e ao sair do carro uma cena me chamou a atenção. Um menino de quase 7 anos de idade estava sentado na calçada, com o rosto escondido entre as pernas. Parecia congelado, imóvel, e imaginei que estivesse dormindo.

Refiz o meu ritual matinal. Como um bom carioca, li o globo enquanto tomava um suco de melancia e comia um pão na chapa ... Tudo seria praticamente igual, não fosse a minha surpresa ao retornar para o carro. Lá estava ele. O mesmo menininho, parado na mesma posição, quase 20 minutos depois ... Duas outras crianças chegaram até o carro. Simpáticas e muito educadas, me falaram: "está vendo, ele está aí há dias, disse que veio do Rio". Com um aperto no coração, perguntei pelos pais do menininho. "Ele quase não fala", essa foi a resposta que congelou ainda mais minhas emoções ...

Desci do carro e fui até o menininho. "Acorda", falei suavemente sem obter resposta. "Ei, cade seus pais ?", perguntei. Nenhuma resposta. O corpo estava imóvel. Desta vez, fui mais insistente e com um cafuné tentei lhe acordar. Ele mexeu a cabeça sem muita vontade. Suas canelas estavam machucadas, como se tivesse rolado de algum lugar. As 2 outras crianças tentaram me ajudar. Ofereci leva-lo de volta ao Rio ignorando todos os meus compromissos diurnos. Algumas coisas que acontecem tem prioridade, pensei. E sem dúvida, o direito a vida de uma criança sempre fala mais alto do que qualquer reunião de trabalho. Mesmo que essa reunião fosse com o prefeito. Temos um compromisso individual com as coisas que acontecem a nossa volta. O menino não reagiu, permaneceu imóvel. Confesso que meu coração é meio mole. Ultimamente choro até em comercial de doriana e paredão de big brother. Nem tanto. Mas a verdade é que não consigo simplesmente ignorar uma cena como esta ...

Não consegui em nenhum momento ver claramente o seu rosto. Mas o corpo, magrinho, de pele clara, lembrava meu sobrinho ... Certamente, isso me trazia ainda mais sensibilidade a flor da pele. A atendente dentro da padaria perguntou pelo vidro se ele estava chorando. Disse que ele estava perdido.

Enquanto tentávamos animá-lo e extrair algumas palavras, conversei com as outras 2 crianças. Uma delas, um menino de quase 6 anos, mostrou as marcas de queimadura no braço e disse que um "coleguinha" de rua jogou álcool e fogo nele. Me falou que sua mãe trabalhava para tentar pagar uma cirurgia de reconstrução da pele. R$ 1000 reais o preço. Todos os dias ele ia até o estacionamento da padaria e tentava chegar em casa com R$ 20. Metade ficava para sua mãe e a outra metade para ele. Lhe dei R$ 10 e disse, "pronto, agora vc pode voltar para casa. Mas esse dinheiro é seu". Eu pensei que estivesse lhe ensinando alguma coisa, pura tolice e ingenuidade. Ele sem saber me transmitiu uma sabedoria muito maior. Olhou para seu amigo e me disse: "é nosso, nós sempre dividimos". E olhando para o amigo, deu o dinheiro para a outra criança guardar.

Sem conseguir animar o menininho do meio-fio, peguei mais R$ 20 e deixei na sua mão enquanto ele continuava dormindo. Lhe disse, "pegue, para você voltar para casa", na esperança de arrancar alguma palavra. A outra criança disse: "o senhor tem que jogar um balde de água nele, só assim vai acordar. Mas tem que ser o senhor, senão nós vamos apanhar". E completou: "ele vai usar esse dinheiro para comprar crack".

Mais algumas tentativas de acordá-lo em vão. Felizmente as pessoas do comércio local pareceram sensibilizadas. Alguns outros passavam apressados ignorando um semelhante naquela situação.

Hoje voltei ao local e tentei procurá-lo. Não estava lá. Um aperto no coração. Mentalizei em silêncio e orei em pensamento por ele. Que tenha achado o caminho de casa. Que os anjos digam amém a todas as crianças de rua.

Que os Anjos Digam Amém ...


By Dudu Guedes

Mais um ano que se vai, mais um ano que se vem ... Sinceramente nunca fui muito bom com o natal. Apesar do clima de confraternização, sempre achei que existe um pouco de hipocrisia na data. Gente que briga o ano inteiro, mas que senta a mesa no natal como se fosse o breve intervalo de um filme. Ou gente que some e nunca se fala, e se presenteia no natal como se sentisse a obrigação social de presentear. Mas como se um presente fosse mais importante do que a simples presença.

Sem dúvida, o natal tem um significado muito bonito especialmente se mergulharmos na história da religião ... Mas acho que a mídia afastou muito a essência do seu significado. Bombardeio feroz da TV com mensagens de paz e união, mas que duram apenas 1 mês do ano. Tempo suficiente para bater as metas de vendas do final de ano.

Já o ano novo, para mim, sempre teve um caráter de renovação. Momento pré-programado 365 dias antes para avaliar os erros e acertos, sonhos e realizações. Para mim, é como um balanço da vida pessoal. E assim, faço mais uma vez a minha reflexão.

Em 2010, sofri por amor e tb fiz sofrer. Amei loucamente e sofri loucamente. Sofri sozinho num quarto escuro, me senti só no meio de tanta gente. Mas tentei influenciar positivamente a vida de tantos outros, alguns que eu nem mesmo sei o nome, e que me ajudaram com um simples sorriso. 2010 foi um ano de aprendizado pela dor. Dor que machuca e sufoca, retarda noites e dias, mas certamente traz aprendizados, cria casca, maturidade e nos faz crescer.

Aprendi a exercitar mais minha fé e gratidão. Por tantas vezes, olhei para os outros e esqueci de olhar para mim mesmo. Se 2009 foi o ano da minha dor física (operei por 2 vezes os joelhos), 2010 foi o ano da minha dor emocional. Fiquei preso no casulo dos meus tortos pensamentos e esqueci de voar.

Errei e tropecei tantas vezes. Cai e me machuquei algumas. Mas levantei (as vezes fui levantado) e continuei sem saber se continuaria. Decepções e surpresas. Mergulhei no meu eu que ainda não conhecia. Tb me surpreendi e me decepcionei. Assim foi.

Que venha 2011 ... Com mais amar. Com mais amor.

Que os anjos digam amém para os casais que se amam loucamente sem vergonha do público ... Que os anjos possam renovar e resgatar a alegria dos casais que quase não conversam num restaurante.

Que os anjos digam amém para pais que brincam com os filhos como se tivessem a mesma idade ... Que os anjos possam adocar aqueles que crêem que os melhores brinquedos são os mais caros.

Que os anjos digam amém para aqueles que vivem com simplicidade ... Que os anjos possam trazer um pouco mais de "raul seixas" para aqueles que só escutam "Bethoven".

Que os anjos protejam a saúde do povo de rua. E que tragam mais rua para o coração frio dos apartamentos.

Que os anjos digam amém para aqueles que se preocupam com nosso planeta. E que tragam mais sabedoria para aqueles que não cuidam da nossa nave-mãe.

"Não deixes que a tristeza do passado e o medo do futuro te estraguem a alegria do presente. A vida não é curta, as pessoas é que ficam mortas tempo demais. Por isto, temos que fazer da passagem do tempo uma conquista e não uma perda".


Obrigado a todos aqueles que me proporcionaram sorriso, amor e humor. Obrigado àqueles que me trouxeram dor e aprendizado.


Que 2011 possa trazer renovação, paz de espírito, saúde, amor e sempre largos sorrisos no rosto. Que possamos cuidar melhor de nós mesmos, de quem amamos e de quem nos ama. Menos tecnologia e mais relacionamento. Menos farmville e mais olho no olho. Menos youtube e mais roda de violão. Menos carne e mais peixe. Menos sapato e mais chinelo. Menos televisão e mais cinema. Menos chuveiro e mais cachoeira. Namastê.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Os Santos que Andam por Aí ...

By Dudu Guedes

Domingo passado, acordei com um telefonema. "Vamos pra Sampaio, Dudu, ontem estava clássico". Era o Leandro, amigo e piloto de vôo me convidando para voarmos numa rampa próxima a Niterói, mais especificamente de Saquarema. Sem titubear, me juntei a eles. Eu, leandro, Wena, Vini e Hadad. Fomos em um único carro e a prosa estava bastante divertida.

Passamos por política, wikileaks, guerra de tráfico e até vôo-livre em alguns momentos. Conversa séria, opiniões fortes, muitas vezes divergentes, mas respeitosas e leves. Até que começamos a falar de consciência e não-consciência. Uma frase do Vini me chamou a atenção: "tem muito santo por aí". Ele estava se referindo ao povo de rua que metaforicamente vivia com renúncia e mais sabedoria e felicidade do que muitos poderosos. Verdade.

E como existem poderosos, falsos poderosos. Aqueles que precisam de hierarquia para exercer poder, certamente não tem influência na própria casa. Autoridade é diferente de poder. Poder se impõe, mas autoridade se conquista. Por isso vemos tantos policiais, políticos, professores, juízes e outras tantas categorias como tanto poder, mas tão pouca autoridade. Pessoas que precisam de um título para se sentirem importantes. Um cartão de visitas que impressiona, mas um coração bem longe dos mais admiráveis.

Não gosto de fazer julgamento de valor, pois cada um sabe das suas escolhas. Mas sinceramente, nunca consegui entender babás de final de semana, que andam com as crianças ao lado dos próprios pais. Mais incompreensível ainda para meu raso pensamento são famílias que levam as babás nas viagens de férias. Tudo bem, nada contra uma lua de mel fora de época, mas então por que não deixaram os filhos com os avós ?

Mas vamos voltar aos "santos que andam por aí", como o próprio Vini mencionou. Andar pela rua e misturar-se de verdade com as pessoas é exercitar a democracia. É como compartilhar opiniões e vidas diferentes. Para mim, o povo de rua é como os olhos da própria cidade. Um registro vivo do que acontece por aí, quase que um big brother dos anônimos. Se fosse possível arquivar seus pensamentos, certamente muitos pagariam fortunas para queimar estes arquivos. Cenas de adultério, pais esbravejando com filhos, profissionais apressados. Mas também teríamos o registro de muita cena bonita, que o anonimato preservou ... Como diz a música: "um vendedor de flores, ensinar seus filhos a escolher seus amores". Salve a interpretação de Ana Carolina e Seu Jorge.

Triste é perceber como tantas pessoas ignoram a vida humana que existe ao seu lado, nas ruas, esquinas e sinais. Fecham o vidro do carro e mergulham no ar-condicionado do seu universo particular, egoísta, onde só existe espaço para preocupações pequenas e tão medíocres. Onde a medida de valor é o sucesso profissional e a conta no banco. Onde sobram polegadas na TV de plasma, mas faltam palmos e mais palmos de respeito, amor e cumplicidade.

Admiro as pessoas que enxergam a vida com simplicidade. Que precisam de tão pouco para viver, mas que vivem tanto com tão pouco. E como existem aqueles que vivem pouco com tanto ... Dizem que somos o resultado das nossas escolhas. Que em 2011 seja possível mudarmos. E seja possível fazer as escolhas merecedoras de um mundo melhor. Namastê.

sábado, 20 de novembro de 2010

Sabedoria dos Animais



By Dudu Guedes

Durante um trajeto no taxi, o motorista desabafou: "os cachorros só são os melhores amigos do homem porque não conhecem o dinheiro". Verdade pura na sabedoria popular. Assim como os animais não participam deste jogo, são as crianças. Mentes abertas, corações limpos de interesses e vaidades adultas. O dinheiro não corrompe as pessoas, apenas as revela.

sábado, 6 de novembro de 2010

Olhar de Longe



By Dudu Guedes

Ontem no trabalho ouvi a sábia frase de um amigo: "o olhar de longe é sempre mais belo, enquanto o olhar de perto aponta os problemas". Não estávamos falando puramente de relações humanas, mas sim da apresentação de um trabalho feita para o presidente da empresa. De fato, a reunião foi bastante conturbada, mas as palavras me fizeram pensar em um contexto muito maior.

O olhar de longe em geral é repleto de ideologias e idealizações, permite que a nossa mente voe no céu que nos mesmos construimos e que, em geral, é mais confortante, sem turbulências esperadas. Como na música em que um pingo de tinta se transforma numa linda gaivota a voar no céu. São os olhos infantis de um mundo com poesia na expectativa inconsciente que nós mesmos programamos, quase como antecipação de um futuro que desejamos ou de um passado que não esquecemos.

O olhar de longe é o querer, enquanto o olhar de perto é o perceber. Por isso, tantas vezes, nós sentimos frustados diante de tantas situações. Não pelo acontecimento em si, mas sim pela percepção consciente de uma realidade com ingredientes inesperados.

Não é errado sonhar, muito pelo contrário. Acredito que a prática de bons pensamentos deve ser um exercício diário como forma de trabalhar a fé e gratidão. Estudos científicos já comprovaram que um único sorriso é capaz de transformar um ambiente inteiro. Gratidão pura e simplesmente pela existência, pela possibilidade de viver e vivenciar, pela saúde confortante e até pela dor sufocante que nos fortalece e faz crescer. E a fé que nós permite seguir em frente e acreditar num plano muito maior, um desenho de sabedoria feito pelas mãos de um jardineiro que sabe a hora exata de regar ou secar.

Entretanto, não deveríamos deixar que o olhar de longe influencie a realidade ou atitudes. Que seja possível olharmos juntos na mesma direção. Que seja possível olhar de perto para longe. Para um infinito de possibilidade. Que a sabedoria infantil sirva para cultivar nossos sonhos adultos. Amem.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Velhice Existe ?

Belo texto. Vale a reflexao para aqueles que estao se sentido velhos. A velhice esta em nossas atitudes e nao na nossa idade ...



"Alguns de nós envelhecemos, de facto, porque não amadurecemos.

Envelhecemos quando nos fechamos às novas ideias e nos tornamos radicais.
Envelhecemos quando o novo nos assusta.
Envelhecemos também quando pensamos demasiado em nós próprios e nos esquecemos dos outros.
Envelhecemos se paramos de lutar.

Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o Tempo.

A vida só pode ser compreendida olhando para trás. Mas só pode mesmo ser vivida olhando para a frente.

Na juventude aprendemos; com a idade compreendemos…

Os homens são como os vinhos: a idade estraga os maus, mas melhora os bons.

Envelhecer não é preocupante: ser olhado como velho é que o é.

Envelhecer é mesmo uma Graça de Deus!

Nos olhos do jovem arde a chama, nos do velho brilha a luz.

Sendo assim, não existe idade, somos nós que a criamos. Se não acreditares na idade, não envelhecerás até ao dia da tua morte.

Pessoalmente, eu não tenho idade: tenho vida!

Não deixes que a tristeza do passado e o medo do futuro te estraguem a alegria do presente.

A vida não é curta; as pessoas é que ficam mortas tempo demais…

Faz da passagem do tempo uma conquista e não uma perda".

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Providencia Divina

Uma bencao de Deus mais do que especial. Providencia divina de boas-vindas num momento tao importante de retorno a cidade. Amem.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Janela de Oportunidade - Capítulo II




Texto by Dudu Guedes

10 de outubro. Acordei cedo, e como de costume, olhei para o céu. Hábito que comecei na infância de contemplar as nuvens e hoje apenas justifico como uma forte conexão com a natureza ou quem sabe, o divino.

Tem uma frase do Leonardo Da Vinci que diz: “aquele que um dia tiver a experiência de voar, andará para sempre com os olhos voltados para o céu”. Não lembro o texto exato, mas é mais ou menos assim. Poesia verdadeira vinda de um cara que pode-se dizer que de fato sabe o que está falando ... Pode soar estranho e conversa de maluco, mas os pássaros também são assim. Ao primeiro raio do dia, misturam-se no seu ambiente. Felizmente, ainda não nasceu penas nos nossos braços e pernas. Pelo menos, não se tem registro em nenhum dos voadores mais próximos.

O céu do domingo estava mais azul do que no sábado. Pelo telefone, um amigo e piloto confirmou. “Pode vir, parece que é o dia”. Cristo. Esse era o código que usamos num dos vôos mais especiais que se pode fazer no Rio de Janeiro. Especial e raro. Ir voando de São Conrado até o Cristo Redentor, sem motor, aproveitando as correntes de vento em cerca de 9 Km e contemplando a beleza da lagoa, rocinha, jardim botânico, vista chinesa ... Realmente não tem preço.

Como num jogo de adivinhação, o destino final não é garantido, e temos que buscar térmicas pelo caminho, que são oportunidades invisíveis e funcionam como os combustíveis que nos transportam até a altura das nuvens. A visão dos deuses com um combustível natural. Uma condição rara que acontece cerca de 4 a 5 vezes ao ano, na combinação de saída de frente fria e entrada de vento sul. Neste domingo, o vento não era sul, mas sudoeste, o que tornava mais fácil a ida até o Cristo, mas mais difícil o retorno para São Conrado. Talvez tivesse que usar o pouso alternativo do Jóquei Club, pensei.

Só fui realmente sair de casa por volta das 10 horas. Estava sem carro, e na expectativa e ansiedade daquela condição, preferi pegar um taxi. No trajeto até São Conrado percebi que já haviam 2 parapentes sobrevoando a estátua. O piloto e amigo Cleyton também me esperava na praia. O dia começava a sombrear e a janela de vôo para o Cristo estava ficando menor. Explicando: quanto maior a incidência de sol, maiores as chances de térmicas e, consequentemente, da sustentação necessária para ir voando até a estátua. Como parapente não tem motor, a razão de planeio é fundamental para um vôo mais longo.

Nesses dias de Cristo, confesso que perco um pouco a razão (ou talvez bastante para aqueles que já estiveram do meu lado). Existe uma explicação, mas não uma justificativa. A explicação é que se trata de uma janela de oportunidade. Para navegar numa condição tão rara, temos que aproveitar todos os elementos e variáveis do dia ao nosso favor. É como receber um presente divino, mas que só pode ser aberto naquela manhã. Muito parecido com os surfistas que buscam na tempestade a perfeição das ondas gigantes. Eu precisava “surfar” aquele dia, pensei.

Cheguei na praia já com a ansiedade alta. O dia sombreava mais e cada minuto era precioso para eu ganhar aquele presente. Sem me dar conta, adrenalina já bombava meu sangue. Não pelo medo daquele vôo, mas talvez pelo medo daquele não-vôo. Os anjos pareciam sussurrar me convidando a contemplar aquele dia. Apressado, subi junto com o amigo Cleyton que compreendeu meu momento, com a paciência de um monge. Obrigado por tudo, Big Fly.

Equipei apressado e decolei meio sem jeito. Decolagem ruim, fruto da traição da minha mente. O pensamento já estava no Cristo, mas tive a consciência da necessidade de dominar a mente. Era preciso respirar e controlar a ansiedade.

Rapidamente fiquei mais alto que a rampa e tirei para o Crockaine, morro em frente a Rocinha. Junto com outras 2 asas, dividimos a mesma térmica e ficamos altos já com vista da estátua a frente. As nuvens bloqueavam o sol, e as asas pareceram desistir da missão. Janela de oportunidade, pensei. Tinha conseguido a altura necessária e não pretendia desperdiçar aquele momento. Só dependia de mim e normalmente a natureza é mais previsível do que os seres humanos. Lá estava eu voando por cima da Rocinha, rumo a estátua tão esperada. Afundei muito depois da Vista Chinesa e cheguei a pensar em desistir e pousar no Jóquei. Já próximo ao Sumaré, encontrei algumas boas térmicas. Como numa mágica passagem divina, fui ficando mais alto.

Decidi voar mais perto do Cristo e aos poucos a Estátua chegou do meu lado. Durante alguns minutos parecia que aquele voador inusitado passou a ser a atenção daqueles visitantes que estavam nos pés do Cristo. Pouco importava. O que importava é que lá estava ele, majestoso na minha frente. Faziam 4 anos que não voava até o Cristo, e fazer aquele vôo no momento de meu retorno a cidade, era como receber umas boas-vindas mais do que especiais. Providência divina, pensei. E chorei sem que ninguém pudesse notar. Um choro curto, mas intenso, vivo, mistura de alegria e desabafo. Era bom me sentir novamente vivo. Por inteiro.

Era hora de voltar. O caminho de retorno era mais complicado no sudoeste. O vento-contra parecia aumentar e minha velocidade não passava de 15 Km/h. Estava afundando muito e não achei razoável insistir. Decidi pousar no jóquei. Já tinha cumprido minha missão de visitar novamente a estátua. Sobrevoei a lagoa imaginando um pouso no Heliporto. Mas achei que não seria legal enfrentar a turbulência de um possível helicóptero.

Voltei a mirar o jóquei quando alguns pássaros em círculo pareciam um convite para me juntar a eles. Enroscamos juntos na mesma térmica. Fiquei muito alto. Estava na altura do morro Dois Irmãos em cima do Jóquei e decidir pousar em Ipanema. Mas o vento estava muito turbulento ali. As águas da lagoa espelhavam um ar turbulento e algumas nuvens carregadas vindas da zona norte pareciam avançar rapidamente. Voar no vento sudoeste sempre exige atenção e cuidados redobrados. O risco de uma chuva faz o vento acelerar subitamente. Achei mais prudente pousar com segurança no jóquei. Pousei do lado da piscina do clube que freqüentava na infância. Boas recordações. Conversa com alguns curiosos, enquanto dobrava o equipamento. Prosa boa, descompromissada.

Que Deus possa proporcionar mais presentes como este, que eu tenha sempre a sensibilidade de uma criança para enxergar estas oportunidades e que eu tenha sempre a coragem necessária para abri-los. Obrigado !

Janela de Oportunidade - Capítulo I





Texto by Dudu Guedes

Dias 9 e 10 de outubro de 2010. Este final de semana vai entrar para a história, ao menos na minha memória. Emoções tão intensas vividas em tão curto espaço de tempo. Na quinta, a previsão já indicava condições raras no Rio de Janeiro, e por isso mesmo, tão especiais.

O sábado amanheceu com sol e vento sudoeste soprando forte, conforme anunciava a previsão da véspera. Eram apenas 8 horas da manhã e a combinação de vento constante, sol e mar grande era um convite aos velejadores de plantão. Em pouco tempo, o céu do Leblon e Ipanema já estaria colorido com pipas de várias cores e tamanhos, pensei.

Mesmo sem café da manhã (um péssimo hábito, eu sei) corri até a praia para aproveitar aquela condição rara. A adrenalina subia sem eu me dar conta na expectativa de um velejo até às Cagarras. Pra quem não sabe, Cagarras é o nome de uma ilha que pode ser vista de Ipanema, Leblon ou São Conrado e fica a cerca de 4 Km na praia. Parece perto para quem vê de longe, mas na verdade não é bem assim. A ilha recebe este nome em função de sua cor cinza com manchas brancas, arte natural esculpida pelas fezes dos muitos albatrozes artistas que voam na ilha.
A ansiedade era tão grande que um amigo teve de intervir na hora de parar o carro. Calma, Dudu. Verdade. Acalmar a mente, respirar e controlar a ansiedade eram mesmo fundamentais. Obrigado, Hugão.

Pouco minutos foram suficientes para preparar o kite. E mais alguns minutos para eu me misturar àquele novo ambiente. Mar grande. Primeiro era preciso vencer as ondas que quebravam com força no Leblon. O velejo não foi fácil, vento sudoeste tem sempre muitas rajadas e exige maior força na perna para manter a direção da prancha. No meio do mar, a ondulação grande parecia formar grandes quebra-molas. Mas a ilha estava bem a frente, também parecia se aproximar cada vez mais. Do outro lado, o Leblon ia ficando mais distante. Estava sozinho e não seria uma boa idéia um imprevisto por ali. Era bom não cair, pensei.

Mantive a calma, concentração no objetivo final e em pouco tempo, a ilha dava suas boas vindas. Imponente, bela e magnífica exibia sua grandeza no meio do mar. Alguns poucos bordos por ali foram suficientes para receber sua benção e decidir voltar. Mais uns 20 minutos de velejo até chegar na praia. Sai e agradeci em uma oração silenciosa.

Aos poucos o vento diminuía e nuvens carregadas chegavam até a praia. A chuva parecia abraçar o dia. Avistamos um amigo com o kite caído no meio das ondas. Era o único ainda dentro d´água e não parecia ser sua escolha. O vento empurrava-o em direção ao arpoador. Fui na direção dele na tentativa de ajudar, mas o vento corria mais forte do que eu ... Nessas horas, o problema é a linha embolar na perna ou no pescoço. Finalmente cheguei até ele. Saimos do posto 11 e fomos parar quase no posto 9 ... Mas ele estava bem. Usou seus conhecimentos do surf para sair do mar com segurança. Tudo certo.

Mais um dia abençoado na abençoada cidade maravilhosa. Não é à toa que recebe este apelido ... Obrigado Deus !

sábado, 9 de outubro de 2010

Novo Movimento


Simples e de graça. Vamos praticar !

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sonhar, Decidir, Aprender, Agir

Sábias palavras de um homem que fez história e dedicou uma vida a fazer a humanidade sonhar ...

"Assim, depois de muito esperar, um dia como qualquer outro decidi triunfar.
Decidi não ficar à espera das oportunidades e fui procurá-las.
Decidi ver cada problema como a oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto como a oportunidade de encontrar um oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia como a oportunidade de ser Feliz.

Naquele dia descobri que o meu único rival eram apenas as minhas debilidades e que estas são a única e melhor forma de me superar.
Naquele dia deixei de ter medo de perder e comecei a ter medo de não ganhar.
Descobri que não era o melhor e que talvez nunca o tenha sido.
Deixou de me importar quem ganhara ou quem perdera.

Agora simplesmente me importa ser melhor que ontem.
Aprendi que o difícil não é chegar ao topo, mas sim nunca deixar de subir.
Aprendi que o maior sucesso que posso alcançar é o ter direito de chamar a alguém de "amigo".

Descobri que o Amor é mais do que uma simples paixão.
O Amor é uma filosofia de vida (que nos PERMITE VER a ESSÊNCIA, para além das aparências).
Naquele dia deixei de ser o reflexo dos meus poucos sucessos alcançados e comecei a ser a minha própria Luz do meu presente.
Aprendi de que nada serve ser Luz se não for para iluminar também o caminho da Humanidade.

Naquele dia decidi mudar tanta coisa.
Aprendi que os sonhos são apenas para transformar em realidade e desde esse dia que não durmo para descansar. Agora apenas durmo para sonhar."

By Walt Disney

Um Diálogo Inusitado

"Um dia o amor perguntou para a saudade:
Por que teimas em entrar nos corações das pessoas?

E com um suspiro melancólico a saudade respondeu:
Chego nos corações onde tu deixaste de habitar, e quando entro neles encontro tudo desarrumado, sem vida, sem perspectiva de um futuro feliz. E então, começo a arrumar tudo no seu devido lugar. E quando tudo está arrumadinho tu voltas com o teu ar brejeiro e tomas conta novamente do lugar.

Então, o amor sorrindo, respondeu: Faço parte da vida das pessoas.
Trago alegria, felicidade e a esperança que todos necessitam para viver.
E só saio dos corações das pessoas que não confiam em mim ..."

Sabedoria em Viver


Compartilhando lindas palavras ... Um abencoado sorriso no coracao !

"Amo pessoas que acordam no meio da noite, só para escutar o barulhinho da chuva no telhado… Elas sabem ouvir o canto de Deus…

Amo pessoas que fazem do presenteum caminho para o futuro, com algumas trilhas secundárias e até alguns atalhos… Elas entendem de liberdade …

Amo pessoas que escrevem sua história sem ignorar os borrões, fazendo deles uma lição de vida… Elas jamais serão esquecidas.

Amo pessoas a quem posso chamar de amigos, que vêem mais qualidades que defeitos em mim… Elas enfeitam dia a dia o caminho que trilho…

Amo pessoas que sabem conviver, tolerando o que for intolerável, encontrando uma justificativa para resgatar a harmonia… Elas entendem de perdão…

Amo pessoas de todas as idades, essas que não sabem a idade que tem velhos, adolescentes, crianças… Elas sabem se encaixar no tempo…

Amo pessoas que quando perdem a fé, engravidam o coração e conseguem parir um novo, para ensinar e aprender… Elas sabem que não se perde para si mesmo…

Amo pessoas que cantam no chuveiro, que olham o espelho e se acham linda se sorriem para o espelho refletir seu sorriso… Elas com certeza receberão sorrisos, sem espelho…

Amo pessoas que valorizam riquezas só do espírito e ignoram a miséria das almas… Elas entendem que pobre é aquele que só possui bens materiais.

Amo pessoas que cuidam da natureza, que espalham sementes, plantam árvores e florescem o mundo… Elas colherão frutos doces, independente das estações.

Amo pessoas de mãos generosas no doar, no afeto e no oferecer… Elas entendem que o presente fica em parte com quem recebe …fica mais com quem doa …

Amo pessoas que não tem medo de se arriscar, de mudanças…de finais… nem recomeço. Elas jamais dirão: Como seria, se eu tivesse tido coragem…

Amo pessoas que ficam olhando o horizonte de bobeira, que deitam na grama para olhar nuvens passar ou contar estrelas … Elas conhecem e muito, de paz…

Amo pessoas que misturam pais, filhos, netos, primos, tios, avós, que brigam, se desculpam e que não se separam… Elas sabem a importância da família…

Amo pessoas que escutam passarinho quando canta que olham o sol quando levanta e que brincam de faz de conta com criança… Elas sabem que ser feliz é simples…

Amo pessoas que iluminam o olhar diante da pessoa amada, que beijam na boca e não estão nem ai para a platéia, para julgamentos, ou ridículo… Elas amam amar o amor…

Amo pessoas que não sabem odiar, que falam com anjos em qualquer lugar, sabem que eles ouvem, tanto que me pediram para escrever… Que os anjos também as amam ! "

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Naquela Estacao

Linda letra ...

"Você entrou no trem
E eu na estação
Vendo um céu fugir
Também não dava mais para tentar
Lhe convencer a não partir

E agora tudo bem
Você partiu
Para ver outras paisagens
E o meu coração embora
Finja fazer mil viagens
Fica batendo parado naquela estação"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Presentes Guardados


Texto by Dudu Guedes

Um dia, um certo viajante resolveu guardar os seus supostos pertences. Sem saber que nada realmente lhe pertencia, guardou sapatos, guardou camisas, bermudas, revistas, livros, CDs. Guardou pratos, talheres, xicaras e uma colecao de carrinhos velhas. No banheiro, guardou remedios, escovas, sabao. Uma lista infindavel de coisas que parecia nao terminar. Pensou em doar algumas coisas, mas tambem imaginou que pudesse precisar delas em algum dia. Melhor guardar. Papel velho, papel novo, caixas de sorvete para amontoar outras quinquilharias, caixas de sapato para guardar outras caixas, sacos velhos da Mr.Cats que pareciam mais pano de chao e mais caixas de papelao que nao sabia ao certo pra que ... Passou para a sala e guardou quadros, fotos e mais livros. E por fim, guardou seu amor. Trancou o armario e saiu de casa.

Precisava deixar pra tras suas coisas. O jovem e velho andarilho andou, andou e andou. Parecia mais leve e assim andava depressa. Caminhava rapido sem saber ao certo pra onde nem pra que. Sem destino, sem companhia. Apenas o sabor dos ventos o acompanhava. Sol e chuva, chuva e sol. Andava, andava depressa. Passos rapidos, firmes, mas quase sempre sem rumo. Suas pernas o guiavam para algum lugar.

Andou ate onde nao pudesse mais andar. Sentou-se na escada e parou. Ja tinham se passado 65 anos e decidiu voltar. Andou mais rapido que pudesse. Voltar era necessario, mas naquele instante, nao adiantava correr. Suas pernas nao mais lhe obedeciam e tropecava entre os proprios tropecos. Sem pedir ajuda, lhe ajudaram a se levantar. Tinha a mente de um adolescente, mas o corpo de um velho moribundo. Os ossos pareciam nao caber no proprio corpo. O corpo movia-se devagar, mas a mente movia-se depressa. Assincronia perfeita do caos.

Desta vez, nao andava depressa, nao porque nao gostaria, mas simplesmente porque nao conseguia ... Mas sabia muito bem aonde queria chegar. Ironia da vida. Enquanto corria nao tinha um destino, mas agora conhecia o seu rumo final. Porem, suas pernas fraquejavam ... Seu corpo nao lhe obedecia. Os movimentos eram lentos, pareciam querer frea-lo. Deu 3 passos e caiu. No comeco, sentiu frio, fome e depois calor. Sua vista nao parecia enxergar a realidade, ou a realidade que nao enxergava sua vista. Nao sabia. Mas estava paralisado. Chorou sem conseguir chorar.

Tentou se levantar, mas nao sabia. Tentou gritar e nao conseguia. Tentou dormir, mas nao podia. Estava inerte a situacao em que ele proprio criara. Talvez tenha chegado ao seu destino final, pensou. Esqueceu seu nome, seu endereco. Deixou que o tempo se encarregasse de tira-lo dai. Apenas respirou ou pensou respirar. O mundo nao mais lhe enxergava. Adormeceu num sono profundo. Sem saber nem onde, nem como, caminhou por entre as nuvens. Foi quando sentiu uma mao lhe tocar o ombro. E meio que sem reconhecer o rosto, lhe disse "filho". E lhe abracou. Sem saber direito o que se passava, perguntou pelas suas coisas, pela sua casa. E o velho sabio lhe disse: aqui esta tudo o que precisa e lhe entregou uma chave. No mesmo instante avistou o seu armario e correu para abri-lo. Um armario velho, com porta emperrada, teve dificuldade para abrir. Nao tinha mais livros, nem CDs. Nao tinha camisas ou bermudas. Nao tinha nada, apenas o po. Procurou, procurou e parecia querer encontrar mais alguma coisa. Mas nem seu amor achou. Apenas alguma paginas velhas, mas o tempo se encarregou de apagar o que tivesse escrito ali.

Chorou e desta vez as lagrimas pareceram extravasar um choro ha muito contido. Parecia uma crianca no colo do pai. Perdeu a fe, perdeu o chao. Perdeu o que nao tinha, mas que acreditava lhe pertencer. E de longe, viu um sorriso. Um rosto com rugas que nao escondia a idade. Uma senhora que parecia lhe sorrir. Sorriu mais e mais e aos poucos lhe parecia mais familiar. Correu e lhe abracou. Era seu amor. Envelhecido com o tempo, mas que ainda lhe sorria. O amor verdadeiro percorre montanhas. Resiste ao fogo, ao tempo e a varias vidas. Mas nao pode ser guardado ou trancado no armario. Levamos dentro de nos mesmo sem saber. Essa eh a historia de um homem que nunca deixou de amar, mesmo longe de seu amor. O amar existe sem que haja o amor, mas o amor so existe quando ha o amar.

"A Preocupação olha em volta, a Tristeza olha para trás, a Fé olha para cima"

domingo, 3 de outubro de 2010

Utilidade Pública: Votos Nulos e Brancos


Em tempo, vale uma breve explicação sobre votos brancos e nulos.

Para anular o voto, o eleitor tem de digitar um número inválido e, depois que a máquina informar "Número incorreto, corrija seu voto", ele deve confirmar o número incorreto, isto é, o voto nulo.

Era bem mais fácil tornar o voto nulo nos tempos em que se usavam cédulas. Bastava escrever uns palavrões, xingar a genitora de um ou de todos os candidatos, mandar os candidatos para um lugar impróprio ou próprio para todos eles e pronto: o voto era decretado nulo pelo juiz eleitoral.

A coisa ficou mais complicada com a chegada das urnas eletrônicas. Falta ao teclado delas, por exemplo, a opção "Vá à merda" como sugeriu o Millôr Fernandes. Esse é um dos males da tecnologia, a possibilidade de manipulação daqueles que escrevem o escopo técnico da solução.

Segundo o código eleitoral:

"Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do País nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais, ou do Município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações, e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias”).

Os votos em branco, de forma diversa, não anulam o pleito, pois não são considerados como nulos para efeito do art. 224 do Código Eleitoral (Acórdão nº 7.543, de 03/05/1983)"

Página do TRE de SP:

"Os votos brancos e nulos são subtraídos de todos os cálculos para a totalização dos resultados. Desde a Lei 9.504/97, que vigorou a partir das eleições de 1998, que o voto branco não é considerado para o cálculo do quociente eleitoral.

A única diferença entre os votos brancos e nulos é que, segundo a legislação se houver mais de 50% de votos nulos a eleição será anulada".

O que se depreende dessa explicação meio torta é que se houver mais da metade de votos nulos haverá novas eleições. Também é o que diz a mensagem e isso não é verdade, pois ela mistura dois conceitos diferentes: VOTO NULO e NULIDADE DA VOTAÇÃO.

O voto nulo é decisão pessoal do eleitor. A nulidade da votação é decisão do juízo eleitoral.

Veja agora o que diz a LEI Nº 9.504 de 30 de setembro de 1997:

...

Art. 2º Será considerado eleito o candidato a Presidente ou a Governador que obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

§ 1º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição no último domingo de outubro, concorrendo os dois candidatos mais votados, e considerando-se eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos.

§ 2º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.

§ 3º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer em segundo lugar mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
...

Art. 3º Será considerado eleito Prefeito o candidato que obtiver a maioria dos votos, não computados os em branco e os nulos.
...

§ 2º Nos Municípios com mais de duzentos mil eleitores, aplicar-se-ão as regras estabelecidas nos §§ 1º a 3º do artigo anterior.

RESUMINDO: mais uma vez a máquina pública parece operar a seu favor.

sábado, 2 de outubro de 2010

Reprodução de Comportamento


By Dudu Guedes

Alguns comportamentos são reproduzidos e contaminam positiva ou negativamente o ambiente a sua volta. É a força do coletivo atuante no individual. Quem nunca vivenciou a bela sinfonia de um bocejo grupal ? Mesmo os que estão com o sono em dia não conseguem resistir ... Outro dia pude perceber a força das palmas atuante em um grupo. Não recordo claramente o motivo, mas um homem a frente puxava as palmas com a perfeição de um maestro.

Assim também acontece com sorrisos e lágrimas. Como um rebanho ordenhado, em geral somos seres coletivos. Na natureza, outros animais tambem reproduzem o comportamento. Como cachorros latindo ou brigando. Como dizia o livro: todos somos iguais, mas uns são mais iguais do que outros. Pensando nisso, percebo a força que temos com nossas ações. A força de um obrigado ou por favor pode sim transformar uma escola, uma família e por que não o mundo. O poeta das ruas há muito já assinava gentileza gera gentileza. A sabedoria e simplicidade do artista pintada nas ruas do Rio de Janeiro. Um sorriso contagiante a cada um de vcs e uma grande gargalhada no coração. O amor tambem eh contagioso.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Flores de Plástico Não Morrem Jamais


By Dudu Guedes

Dia 1 de outubro de 2010. No restaurante, uma mesa de amigos parece nao conversar. Inquietos, alimentam o tamagoshi portatil que se tornou simbolo de status e falso poder. Falso poder. Certa vez um amigo me disse sabiamente: eu quero usar a tecnologia e não quero que ela me use.

Vivemos novos tempos onde a pressa parece ser o simbolo da competencia. Pessoas ocupadas parecem produzir, mas muitas vezes esta ocupação serve como a camuflagem perfeita das emoções. Fantasia do camaleão moderno. No ocidente, o importante eh a razao controlar a emocao. Assim fomos programados. Pesquisas indicam que realizamos mais de 48 horas de atividades em um único dia. Tudo devido a tal da simultaneidade de tarefas. O nome eh bonito e parece ser coisa de gente sabia. Tolice. Devemos aproveitar um almoco para trocar. Interagir e resgatar a essencia dos relacionamentos. Olho no olho. Falar mais com o coracao e menos com o teclado. Ironia escrever este texto no computador, mas confesso que já me vi vitima do facebook.

Imagino que no futuro teremos grupos de auto-ajuda dedicados a curar os vicios dos fazendeiros virtuais. Imagine so, criar galinha no computador e acordar as 5 da manha para alimenta-las sob a falsa ideia de que elas morreriam ... O que nao existe nao pode morrer. Parafraseando a geniosa frase de uma poeta: "pare o mundo que eu quero descer".

Parei para pensar sobre o mundo virtual que parece hipnotizar a humanidade. Certa vez eu reguei um bonsai durante 6 meses, e so depois descobri que eram flores de plasticos. Cheguei a coloca-lo no sol, mas felizmente nao tentei poda-lo. A descoberta gerou uma certa decepcao. Talvez nao pela descoberta em si, mas pela frustacao de saber que o esforco tinha sido em vao. Nunca fui bom com bonsais e dessa vez nao foi diferente. Parenteses: comprei numa seção de plantas vivas do supermercado.

Talvez esta seja a essência do comportamento atual. As pessoas se falam pelo facebook, parecem grandes amigas, muitas exclamações e gargalhadas reproduzidas por uma sequencia de K intermináveis. Pareceria perfeito, se estas mesmas pessoas ao menos se cumprimentassem nos corredores. A ferramenta que deveria aproximar acabou distanciando. Parece um grande parodoxo da nossa sociedade. O avanço das comunicações deveria unir os continentes, mas não afastar as relações humanas tão próximas.

Vejo no trabalho pessoas que usam o MSN ou Google Talk e ficam a alguns metros de distância no mesmo andar. Claro, não sou daqueles que critica a tecnologia. Mas penso que estamos fazendo um péssimo uso dela. Se a moda das fazendinhas pega, amplie o conceito para "por do sol virtual". Imagine. Deveríamos fazer 1 dia semanal sem o Facebook. Uma campanha similar ao cinto de segurança dos carros, de interesse nacional. Se alguem utilizasse o FB na sexta-feira, teria que pagar uma multa. 1 dia sem carne, 1 dia sem cigarro, 1 dia sem Facebook. No inicio seria dificil, mas certamente salvaríamos muitos casamentos, crises familiares de pais com filhos ou irmãos com irmãs ...

Há dois anos atrás, um site batizado de "second life" prometia ser ícone de sucesso. Dizem que em alguns países, ele ainda tem força. Trata-se de um ambiente virtual, onde vc escolhe quem e como quer ser. Altura, casa, onde quer morar e por ai vai. Sera que estamos compensando as frustacoes do mundo real ? As flores de plastico estao se reproduzindo pelos jardins da cidade. Rapidamente e sem nos darmos conta ... Ja dizia o poeta, flores de plasticos nao morrem jamais. Mas tambem não frutificam ...
Que seja possivel a transformacao do bem. Que o mundo mude. Que eu me acalme. Amém.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Janela



Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital.

Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.

A sua cama estava junto da única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.

Os homens conversavam horas a fio.

Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias.

E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto, todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela.

O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago.

Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris.

Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e a tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar.

Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a refratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram.

Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia.

Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela.

A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.

Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora.

Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela, que dava, afinal, para uma parede de tijolo!

O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. “Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem”.

“Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada”.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Boa Viagem



Para viajar nem sempre precisamos de passagens aereas ou gasolina no tanque. Nem sempre precisamos ir para tao longe e gastar tanto dinheiro. As vezes a verdadeira viagem esta do nosso lado. Nas esquinas e bares de qualquer lugar. Bastar nos libertamos de nos mesmos. Dar asas a nossa alma e nos permitir sonhar e olhar. Sem medos, traumas. Libertar os paradigmas que mantem presas nossas mentes no passado ou no futuro. As vezes, ler um livro ou ouvir uma musica nos leva a uma viagem muito maior do que simplesmente entrar num aviao. Mas para isso, eh preciso ter a sensibilidade de um poeta e a ousadia de um artista. Os mais evoluidos conseguem viajar atraves dos outros. Enxergar um outro mundo diferente do que eh seu, atraves do olhar dos outros e sentir a sua dor ou alegria. Afinal, dizem que viver simplesmente ja eh por si so uma longa viagem. Abaixo, compartilho as sabias palavras de um certo viajante de nome estranho, mas que ja acumulou milhas nauticas incontaveis de experiencia de vida por todos os continentes. Que cada dia possa ser uma prazerora viagem para cada um de nos. A estrada eh curta, mas o caminho da evolucao eh longo. Bjos na alma e bom voo.

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, com seus olhos, não só por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seu coração e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Precisa se afastar, para saber quão valiosos são aqueles que ficaram para trás. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece, para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como ele é; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir e VER". Amyr Klink

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sejamos Pipoca !

Que tenhamos sempre o fogo suficiente capaz de mover, mas nunca grande a ponto de parar. O fogo suficiente para ousar, mas nunca grande a ponto de temer. Suficiente para amar e perdoar, mas nunca grande a ponto de arrepender ou desistir. Bjos na alma.

Texto abaixo extraído do livro: "O amor que acende a lua" de Rubem Alves

"Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma dureza assombrosa.

Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.

Pode ser fogo de fora: perde um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!
Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.

A pipoca não imagina aquilo que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!

E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.

No entanto, o destino delas é triste, já que elas ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.
Não vão dar alegria para ninguém".

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Pinguim e a Ignorancia ...

Ultimo sabado. Recebi a visita de um grande amigo de Vitoria, Fabiao. Ele foi ao Rio com a missao de encontrarmos uma prancha de stand-up para levar para sua terra. Levei-o a uma das mais completas lojas da cidade e cumprimos rapidamente a missao. Prancha em otimo estado, preco justo.

Resolvemos aproveitar o fim da tarde para dar uma remada na praia da barra e renovar as energias com Iemanja. Sugeri fazermos uma travessia ate a ilha, mas realmente o horario ja nao era o mais recomendado. Em breve o sol beijaria o mar.

Mar verde-azul caribenho, a rainha do mar abencou o mergulho. Alguns minutos de energizacao positiva, voltei para a areia. Pensamento distante, voando como uma gaivota sem rumo, deixei a mente bem longe dali. A reflexao logo foi interrompida por um pinguim. Isso mesmo, em pleno mar do Rio de Janeiro, um pinguim abencoava as praias cariocas. Certamente, perdeu o rumo e desviou do seu trajeto original atraves de alguma corrente errada, pensei.

Atordoado, o bichinho parecia tentar se salvar no meio das ondas. Erguia a cabeca e mergulhava, ja quase na areia. Criancas, mulheres e mais alguns curiosos comecaram a se misturar. Enquanto a corrente arrastava-o, as pessoas seguiam quase hipnotizadas. Pareciam avessas a sua dor, como que assistindo a um espetaculo circense gratuito.

De repente, um homem correu e pulou na agua na direcao do pinguim. Enfim alguem ira salva-lo, pensei. Imaginei que o homem tentaria leva-lo ate depois da arrebentacao, mas sua atitude infelizmente ficou bem longe disso ... Inacreditavelmente o homem cercou o pinguim e ergueu-o como que um trofeu. Um pinguim pequeno, deveria ser um filhote, que se debatia sem controle nas maos do pobre ignorante.

Sem pensar corri ate o sujeito e gritei: "solta o pinguim, seu maluco. Isso eh crime ecologico, vamos para a delegacia". Sem entender, o homem soltou o animalzinho, que afundou na agua aliviado. "So ia tirar uma foto", disse o ignorante, enquanto chegavam outros 2 marmanjos. Atitude impensada numa cidade tao violenta, eu sei. E tb nao sou de briga. Paz e amor, sempre. Mas nao conseguiria deixar uma cena tao impune. Impossivel assistir e nao reagir.

Entrei na agua e tentei forcar o pinguim a nadar para fora da arrebentacao, mas perdi-o de vista ...

Certamente o pinguim estava buscando um corrente mais fria em pleno mar carioca. Mas encontrou apenas o coracao gelado da ignorancia humana ... Que deus proporcione mais calor ao coracao do ignorante e aguas mais geladas ao perdido pinguim. Amem.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A Natureza como Templo


Sabedoria em poesia de Alberto Caeiro (heteronimo de Fernando Pessoa), que via a natureza como uma forma da manifestacao divina ... Homenagem a aqueles que escolhem a simplicidade da natureza com um templo para refugio dos seus pensamentos.

"Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora".

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A Grandeza do Mar




"Você sabe por que o mar é tão grande?
Tão imenso? Tão poderoso?
É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros
abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande.
Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios,
não seria mar, mas sim uma ilha.
Toda sua água iria para os outros e estaria isolado.
A perda faz parte.
A queda faz parte.
A morte faz parte.
É impossível vivermos satisfatoriamente.
Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer.
Impossível ganhar sem saber perder.
Impossível andar sem saber cair.
Impossível acertar sem saber errar.
Impossível viver sem saber viver.
Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará.
Porque o máximo que poderá acontecer a você é cair, errar e perder.
E isto você já sabe.

Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade
o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo e a queda, a vida e a morte".

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Fabula do Rei


"Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem sentir-se melhor e mais feliz". Devemos acreditar que a Esperança e a Fé possam realmente modificar um determinado padrão e fazer acontecer o Milagre.

Existe uma fábula do Rei que sonhou perder todos os dentes. Para quem ainda não a conhece é a seguinte:

Um rei, depois de sonhar que havia perdido todos os dentes, acordou amargurado e mandou chamar dois sábios para interpretar seu sonho.

O primeiro disse: "Que desgraça, Majestade... representa a perda de vossos familiares"!
- O Rei, indignado, disse: como se atreve a dizer tal coisa e ordenou recebesse 50 chicotadas.

O segundo sábio disse: "Que felicidade Majestade! Indica que terá vida longa e que irá viver mais do que todos os seus familiares"!
- O Rei ficou feliz e mandou dar ao sábio 50 moedas de ouro".

Ambos os sábios estavam certos e cumpriram com a verdade.
Tudo depende da maneira de dizer as coisas. Esse é o grande desafio! É daí que vem a felicidade ou o desconforto.

É tudo muito delicado, pois primeiramente é preciso "sentir" ou "intuir" como a pessoa receberá a leitura das cartas, pois as pessoas são diferentes em sua essência, uns são mais fortes, podendo suportar melhor e outros são mais sensíveis e frágeis.
Nesta estória o Rei não estava emocionalmente preparado para avaliar as leituras.
Portanto, a verdade deve sempre ser colocada. A forma como é revelada é que faz a diferença. Escolher com carinho e sabedoria as palavras para expô-la é uma arte.

Por outro lado, não existe verdade absoluta. A vida é uma grande ilusão. De ilusão em desilusão vamos fazendo de nossa existência um grande acontecimento.
Existem, ainda, verdades desnecessárias cuja revelação nada acrescentaria.
Garimpar sempre o ponto de luz que existe no quarto escuro é a chave da questão... Pontuo esse fato todos os dias.

"A Esperança é uma dimensão da alma, a âncora da fé em algum ponto do Universo além de nossos horizontes, que transcende e realiza". (Infelizmente desconheço o autor).

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Invisibilidade Social

No ano passado, escrevi um artigo "o homem invisivel":http://guedesdudu.blogspot.com/2009/08/o-homem-invisivel.html. Ontem conversando com um amigo, ele me comentou sobre uma interessante tese de mestrado de um psicologo na USP, que durante 5 anos fez um trabalho de campo e trabalhou como gari na mesma faculdade sem que fosse notado ou reconhecido pelas pessoas ... Pior do que as pessoas invisiveis que nao sao notadas, sao os cegos visiveis que nao conseguem observar ... E existem tantos pelo trabalho ! Abaixo, compartilho um pouco do tema:

"A pesquisa Garis - um estudo de psicologia sobre invisibilidade pública busca contribuir na determinação de um novo conceito: a invisibilidade pública. Trata-se de uma percepção humana prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, ou seja, enxerga-se somente a função e não a pessoa. "Um simples 'bom dia' e a pessoa pode sentir que novamente existe", relata o psicólogo Fernando Braga da Costa, que defendeu seu mestrado no Instituto de Psicologia (IP) da USP em novembro de 2002.

Braga ressalta que não se trata de um aspecto biológico da visão e sim de uma prática oriunda de um "fosso" entre as pessoas, resultante das diferenças sociais nas diversas classes existentes. "A invisibilidade pública opera em dois planos: consciente e inconsciente. Quanto mais próximo se está desse sujeito 'invisível', mais consciência dela se tem." O resultado, segundo o pesquisador, é que pessoas passam a ser entendidas como coisas, chegando a ser imperceptíveis.

Em 1996, o psicólogo iniciara o trabalho de campo. Durante cinco anos ele trabalhou como gari, no mínimo meio período, de um a três dias por semana no Campus da Cidade Universitária da Capital Paulista. Fernando cursava o segundo ano da faculdade e tinha uma disciplina voltada ao propósito de psicólogos desenvolverem estudos engajando-se na atividade escolhida. Esse método é conhecido como Etnográfico.

Fenômeno de mão dupla
Com o mestrado, a pesquisa se desenvolveu em dois níveis. Primeiro, conhecer e avaliar as condições de trabalho dos garis, bem como as condições morais e psicológicas nas quais estão inseridos na cena pública. O segundo, analisar as aberturas e barreiras psicossociais que operam nos encontros entre o psicólogo social e os garis, ou seja, se havia aproximação e de que forma.

O estudioso comenta que a distinção de classe social determina a ação social. É um fenômeno de mão dupla, mas de origens diferentes. Um exemplo: enquanto pessoas da classe média não cumprimentam o gari por entenderem que não se trata de uma pessoa e sim de uma função, ele tenta se proteger da violência da invisibilidade não respondendo a um eventual cumprimento.

Uma das saídas a esta situação, destaca o pesquisador, seria num primeiro momento ter consciência sobre a invisibilidade pública. O segundo passo, ter um "olhar" mais atento àqueles que estão a nossa volta. "O uniforme simboliza a invisibilidade; temos de mudar isso, pois também se trata de uma violência."

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O olhar do arquiteto - Duplo com Ale e Virginia

O voo eh como uma arte para mim. Eh transceder a existencia e sublimar a materia. Ouvir a alma e saber ler o universo. Exercitar nossa sensibilidade criativa, com um olhar de artista, misturando a simplicidade de uma crianca e a grandeza de um poeta. Brincar de olhar para o mundo com os olhos do grande arquiteto. Ver a nossa nave-mae de fora, navegar pelos ceus e brincar de tocar as nuvens. No video, minha homenagem especial ao casal gente boa Ale e Virginia. 2 pessoas iluminadas que para minha felicidade cruzaram meu caminho de maneira inesperada e intensa.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Universo em Si


"Você está pronto para entrar num universo de extremo poder?
Esse lugar está dentro de si, na intimidade do seu coração.
O que existe agora na sua vida é o resultado do que vem sentindo e pensando.
Tudo tem início dentro de si.
Esta é a regra para o processo de criar a vida que sempre quis ter.
Existe um pequeno Eu no seu interior.
Ele pode ser seu amigo ou o pior inimigo, tudo vai depender do seu relacionamento com ele.
Trate-o com carinho e paciência.
O tempo é relativo para a Lei da Atração: vai depender de muitos fatores contidos no seu mundo interior, não pode passar por cima de muitos anos de crenças destrutivas.
Porém, é uma estrada milagrosa que começa com o primeiro passo.
“A imaginação é a arma dos poderosos...”
Leis imutáveis:
- O Mundo como você o vê é o reflexo de quem você é.
- A sua aparência física é o resultado do âmago da sua consciência.
- Você se torna aquilo que mais pensa a seu respeito.
- Pela física quântica, as moléculas alteram-se conforme o observador.
Somos os centros criadores e as mensagens que enviamos são as mesmas que estão elaborando as nossas vidas.
Quer amemos ou odiemos alguma coisa, estaremos a atraí-la para a nossa vida (não existe exclusão no universo, apenas inclusão).
Quando estamos felizes com os resultados da vida, é raro prestarmos atenção à nossa vibração interior.
Só percebemos que algo precisa de mudar quando os problemas começam a surgir.
É impossível que alguém que se sente doente encontre a cura.
É improvável que aquele que se sente miserável, enriqueça.
É duvidoso que aquele que se sente só, encontre o amor.
O espírito não consegue perceber quando está doente.
A cura vai acontecendo, passo a passo, na medida em que velhas crenças e hábitos vão sendo substituídos por uma consciência de luz.
Quanto mais alto estivermos vibrando, mais claro será o sinal que estaremos emitindo.
Uma nova consciência não conseguirá coexistir com uma vibração impaciente ou exausta.
Quando estamos sintonizados com o nosso desejo:
o modo como vemos a vida dá um salto em direção à luz;
o espírito sorri para evidências invisíveis, porém reais;
os nossos julgamentos dão lugar a uma liberdade antes ignorada;
as nossas queixas silenciam.
O processo de atrair a realidade desejada é a arte de combinar elementos.
Nós é que fazemos o convite à Mudança!
O universo é receptivo às suas vontades.
Torne-se aquilo que mais deseja.
São os seus julgamentos, a maneira como vê as coisas, que o afastam ou o aproximam da realização de um desejo.
As pessoas com quem se relaciona e o tipo de vida que leva são uma projeção concreta do que imaginou. A consciência é a maior arquiteta do universo.
Tudo gira ao seu redor.
Você é o centro.
“Os seus pensamentos, sentimentos e quadros mentais podem ser chamados eventos externos em gestação, pois de uma forma ou de outra, cada um deles se materializa na realidade física.” (A natureza da realidade pessoal -Seth- por Jane Roberts)
Tem um Desejo?
Imagine...
Sinta...
Acredite...
E é seu.
Se não fosse para ser seu, não existiria o desejo.
É Deus querendo vivê-lo na sua pele.
Toda a conquista requer emoção e vibração.
Para realizar um sonho há que estar em sintonia com ele.
A minha alegria só depende daquilo a que escolho prestar atenção. (Abraham-Hicks)
"Tudo o que somos é resultado dos nossos pensamentos." (Buddha)
“Qualquer coisa que a mente do homem pode conceber, pode também alcançar." (William Clement Stone)
"O Universo é baseado na Atração. Tudo é Atração. A maneira como se sente vai dizer-lhe se está a vibrar perto ou longe do seu desejo.” (Esther Hicks)
Decida o que quer!
Pesquise, admire, escreva, construa imagens...
Use a imaginação.
Viva a sua vida como se já tivesse conquistado o que quer.
A isto se chama alinhamento vibracional.
Não se preocupe como conseguirá o seu objetivo!
Esse é um trabalho que cabe unicamente ao Universo.
A sua conexão é dentro do coração, ele mostrar-lhe-á o melhor caminho!
“É dentro de cada um que todas as perguntas são respondidas e todos os sonhos se realizam. Existe aí uma luz que lhe mostra o caminho e que faz acontecer o melhor.
Confie nessa conexão de amor que o move para que tudo dê certo...
E tudo sempre dá, magicamente, certo!”

sexta-feira, 23 de julho de 2010

As Quatro Estacoes



Um homem tinha quatro filhos. Ele queria que seus filhos aprendessem a não julgar as coisas de modo apressado, por isso, ele mandou cada um em uma viagem, para observar uma parreira que estava plantada em um distante local.

O primeiro filho foi lá no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão, e o quarto e mais jovem, no outono.

Todos eles partiram, e quando retornaram, o pai os reuniu, e pediu que cada um descrevesse o que tinham visto.

O primeiro filho disse que a árvore era feia, torta e retorcida.

O segundo filho disse que não, que ela era recoberta de botões verdes, e cheia de promessas.

O terceiro filho discordou; disse que ela estava coberta de flores, que tinham um cheiro tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele jamais tinha visto.

O último filho discordou de todos eles; ele disse que a árvore estava carregada e arqueada, cheia de frutas, vida e promessas.

O homem então explicou a seus filhos que todos eles estavam certos, porque eles haviam visto apenas uma estação da vida da árvore.

Ele falou que não se pode julgar uma árvore, ou uma pessoa, por apenas uma estação, e que a essência de quem eles são, e o prazer, a alegria e o amor que vêm daquela vida podem apenas ser medidos ao final, quando todas as estações estão completas.

Se você desistir quando for inverno, você perderá a promessa da primavera, a beleza de seu verão, a expectativa do outono.

Não permita que a dor de uma estação destrua a alegria de todas as outras. Não julgue a vida apenas por uma estação difícil. Persevere através dos caminhos difíceis, e melhores tempos certamente virão de uma hora para a outra.


“Os vencedores da batalha da vida são homens perseverantes que, sem se julgarem gênios, se convenceram de que só pelo esforço e perseverança poderiam chegar ao fim almejado”.

Mais 5 Minutos

No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem em um banco perto do playground.

- Aquele, logo ali, é meu filho. Ela disse, apontando para um pequeno menino usando um suéter vermelho e que deslizava no escorregador.

- Um bonito garoto - o homem respondeu e completou - aquela usando vestido branco, pedalando sua bicicleta, é minha filha.

Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha.

- Melissa, o que você acha de irmos?

E Melissa suplicou:

- Mais cinco minutos, pai. Por favor, só mais cinco minutos.

O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração.

Os minutos se passaram e o pai levantou-se e novamente chamou sua filha.

- Hora de ir agora.

Outra vez Melissa pediu:

- Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos.

O homem sorriu e disse:

- Está certo!

- O senhor é certamente um pai muito paciente - a mulher comentou.

O homem sorriu e disse:

- O irmão mais velho de Melissa foi morto por um motorista bêbado no ano passado quando montava sua bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com ele e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele. Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta. Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar.

Em tudo na vida estabelecemos prioridades. O que são as suas prioridades?

Dê a alguém que você ama mais cinco minutos de seu tempo hoje!


“O melhor presente que você pode dar a uma pessoa é a pureza da sua atenção”.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Voo-duplo com um casal muito especial






Final de semana promissor em Santa Rita, julho/2010. Chegamos no sabado, eu, Cleytinho Big Fly, Mirela e a pequena Valentina, alem do gente boa e parceiro Fabricio (cunhado do Cleyton, alem de novo amigo e resgate "Presuntinho").
Na sexta, um voo curto, de cerca de 1 hora, 15 km, com teto baixo e algumas boas termicas pelo caminho. Decolei tarde, ja depois das 13h. Segui sentido a rota RJO, por cima da estrada em direcao a Itajuba. Embora estivesse a contra-vento, era a unica formacao de nuvens ... O vario parou de apitar no caminho e tive que trabalhar minha sensibilidade de passaro para enroscar nas termicas sem a ajuda sonora dos instrumentos. Pousei 15 km depois no meio de um capim alto ... Voltamos a rampa, e decolei novamente, seguido do Big Fly ... Por do sol espetacular com direito a coloracoes diferentes no ceu para abencoar nosso final de tarde.
Chegamos a pousada do barao e fomos recebidos praticamente como membros da familia. O "barao" perguntou quem de nos fazia voo-duplo e apresentou o casal Alexandre e Virginia, interessados em navegar pelos ceus de santa rita. Prontamente, me ofereci e comentei sobre a seguranca do esporte. Alguns minutos de prosa e risadas, combinei com o casal gente boa as 08:30 no cafe (e que cafe).
09:30 do dia seguinte ja estavamos na rampa. Alexandre foi o primeiro e ficou muito a vontade com o equipamento. Fizemos algumas manobras e derrapamos nos ceus !! Apos um pouso tranquilo, Ale me perguntou como faria para comecar a voar solo (eu ja vi este filme, e dei algumas dicas).
Subimos novamente, e era a hora de Virginia. 11:30 da manha, o ceu comecava a formar muito rapido algumas nuvens e percebi que a condicao estaria forte. Pedi ao Cleyton que esperasse ja que ele ainda (por pouco tempo) nao tinha tanta familiaridade em voar numa condicao mais turbulenta. Equipei a Virginia, lhe ofereci um casaco, expliquei que seria um voo-longo e que iriamos ate a base das nuvens. Fizemos um exercicio de mentalizacao e respiracao para reduzir a ansiedade e desviar o foco do medo. Ja nos ceus, em pouco mais de 15 minutos ja estavamos na base da nuvem a mais de 1.000 m do chao. Simplesmente demais. Pedi a Virginia para abrir os bracos e deixar seus problemas cairem. Ficamos leves e voamos por mais de 1 hora !
Pouso programado no pesqueiro, reunimos a turma, pescamos (ou pelo menos tentamos) e terminamos o dia com um belo file de tilapia !


Obrigado Deus ! E que o universo nos permita enxergar sempre com os olhos de uma crianca e desfrutar da magnifica simplicidade da natureza !

sexta-feira, 16 de julho de 2010

As quatro leis da espiritualidade


Na Índia, são ensinadas as "quatro leis da espiritualidade":

A primeira diz: "A pessoa que vem é a pessoa certa".
Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.

A segunda lei diz: "Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido”.
Nada, nada absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum "se eu tivesse feito tal coisa...” ou “aconteceu que um outro ...". Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas.

A terceira diz: "Toda vez que você iniciar é o momento certo".
Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.

E a quarta e última afirma: "Quando algo termina, ele termina".
Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a experiência. Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado !