sexta-feira, 31 de julho de 2009

Carpe Diem


Artigo extraído da revista Exame.

Foto do Dudu e Thalita carpediando em caraíva. Viagenzinha boa né, linda. Obrigado pelos sorrisos que me acalmaram nos mais difíceis momentos e pela eterna companhia nos melhores. Da aplicação das injeções (chácha) até a companhia no vento gelado da barra enquanto eu andava de kite. Conte comigo sempre sempre. Te amo.

"Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer amelhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico.
Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça devinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos.

Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvezvocê nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim. Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação àaposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances desobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses.

Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada, o tesão que você sente pela ascensorista com ar triste. Suas noites de insônia, essa sinusite que você estádesenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, agrande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim.

Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras esofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adiealegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje".

Decolando para a Felicidade


Excelente livro do amigo e mestre Ruy.
Ótima leitura, fácil e ao mesmo tempo impactante. Pessoalmente já li por 2 vezes.
Recomendo fortemente para aqueles que desejam uma boa reflexão.

"Misturando estudo científico e filosofia indiana, o livro é uma lição para todos aqueles que colocam a carreira acima da vida e que desrespeitam o próprio corpo. Na trama, Ruy Marra utiliza personagens fictícios para contar uma história real. Ele próprio trocou o escritório de advocacia pelo vôo duplo para ficar mais próximo da natureza, da família e de si mesmo. São muitos os que irão se identificar com a história de Bernard e se inspirar a dar a volta por cima, ou, quem sabe, até mesmo saltar de asa-delta ? cujo risco e medo são metáforas para as dificuldades da vida".

Nas melhores livrarias do ramo ... Parabéns Ruyzão, rumo ao longa-metragem agora !!

Sabedoria dos Pescadores - Ter ou Ser ?



Sábias palavras ... vale a leitura.

Um executivo de importante multinacional, decide tirar as férias depois de uma longa jornada de trabalho de mais de 2 anos sem descanso. Em uma praia selvagem, paradisíaca, o executivo observa um pescador muito simples, que lança sua rede no mar de maneira calma e serena, como que buscando o alimento para refeição de sua família. Depois de um tempo observando, o executivo aproxima-se dele e resolve puxar conversa.

Executivo: " Sou de uma multinacional e meu trabalho é aumentar a eficiência da fábrica, otimizando recursos, reduzindo preços, melhorando a qualidade dos produtos. Sou um expert nessa área, com vários cursos, inclusive no exterior. Então, vou lhe dar uma sugestão: você poderá se tornar um homem rico se, em lugar desse equipamento tosco, usar uma vara com molinete. Assim, arremessará a isca mais longe e pegará peixes maiores. Melhorando as vendas, comprará um barco motorizado com uma boa rede e terá produção para vender a cooperativas".
O pescador, sem entender o raciocínio pergunta: "Mas por que ?"
Executivo: "Daí, adquirirá um caminhão e dispensará os intermediários, aumentando o lucro".
Sem entender, o pescador insiste: "Mas por que ?"
Executivo: "Assim poderá distribuir seu produto para grandes supermercados e peixarias. Em aproximadamente uns 15 anos, uma vez rico, você poderá vir para cá, como eu, descansar e curtir essa praia maravilhosa".

E, diante de tudo isso, o pescador revela sua sabedoria milenar e serenamente pergunta ao executivo: "E o que eu estou fazendo agora ? E onde eu moro, dotô ?"

Estão faltando pescadores em nossas vidas ...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Homenagem ao amigo Cleyton, literalmente de pernas pro ar !


Foto que tirei em São Conrado, quando tive o privilégio de levar essa alma iluminada e ser humano especial para fazer pela primeira vez um vôo de parapente em São Conrado. Excelente piloto que está começando no esporte, mas que já demonstra forte habilidade, extremamente dedicado e interessado, além de decolar como poucos veteranos. Está se recuperando de um pequeno acidente, coisa pequena que logo vai passar. Levanta o astral e fica firme irmão. Em breve estaremos de novo nos céus. A dor é o caminho da transformação e de grandes mudanças e aprendizados, mas passar pela dor não precisa ser um processo de sofrimento. Olha o pé querendo voar !! Fica firme, coloca um sorriso no rosto e levanta a cabeça, irmão !! Bora Big Fly !!


quarta-feira, 29 de julho de 2009

Festa dos 130



Quase 6 meses sem voar. Desde janeiro deste ano, um acidente com kite-surf que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. Algumas consultas médicas e cirurgia 20 dias depois em 23 de janeiro. Um pouso mal sucedido de kite treinando alguns saltos em maracaípe. O cenário perfeito que se transformou num exercício de muita paciência desde então. Muitas sessões de fisioterapia.



As primeiras sessões são as mais difíceis, o joelho quase não dobra e é necessário que alguém empurre e force sua perna para a flexão. O objetivo é evitar fibrose. Mas só quem passa por isso sabe a real dimensão da dor. Parece uma verdadeira sala de tortura. Não vi um paciente que não gritasse de dor. E a cada dia, vamos medindo os progressos, de grau em grau. Na primeira sessão, minha perna não dobrava mais do que 60 graus. E como muita força chegou a perto dos 80. Prometi que quando chegasse a 130 graus, daria uma festa. 130 brigadeiros, com direito a bolo, 130 fatias. Abaixo, os monges que me aturaram e me apoiaram durante esta trajetória: Nat, Julio, Fabio, Rafa e Fabi. E outros amigos que fiz que não estão aí representados: Fernandão e Marcião (fieis companheiros das sessões de mais de 1 hora), Ursula, Giuseppe, Adri, Claudio, Ro e tantos outros. Sem falar na equipe do Rene Abdalla, time de primeira linha.


E me prometi ainda que ainda tatuaria 130 na minha perna, em sânscrito. Como forma de sempre me lembrar que a dor é necessária ao processo de transformação e crescimento. Além disso, em numerologia 130 equivale a 4 (1+3+0), que representa perseverança. Para quem não acreditou, a seguir a prova do crime ...



Ps. 6 meses depois, cá estou, recém-operado. Tive que passar por mais uma cirurgia no dia 23/julho, última quinta-feira. Mesmo com toda esta rotina e intenso regime militar, meu joelho formou fibrose impedindo a extensão total. Acho que foi ironia e um recado do destino. Tanto esforço para pensar na flexão (tattoo com 130 graus), que acabei de alguma forma negligenciando a extensão (0 graus). Como o conceito de Yin-Yang. Não se pode pensar no calor, sem pensar no frio; na noite, sem viver o dia; na flexão, sem pensar na extensão. Mas não tem nada não, agora tá fácil. Acho que a falta dos vôos incentivou a criação deste blog para que de alguma forma eu pudesse transformar a vontade e expectativa acumulada do meu retorno ao esporte em inspiração para escrever ... Apesar da dificuldade, o sorriso do rosto não se pode tirar. Certa vez ouvi um conto que falava de pessoas que corriam pelas ruas de uma forte chuva que se aproximava. E dentre a multidão, um homem chamava a atenção pela sua calma e andar lento diante daquilo tudo. Ao ser questionado se também não iria correr, ele respondeu: "pra que a pressa se já estamos molhados ?" Esse é o segredo para sair da tempestade, o princípio da aceitação sem passividade. Namastê !



terça-feira, 28 de julho de 2009

Meu primeiro vôo ...

Quase 10 anos se passaram ... mas lembro como se fosse hoje. A boca seca, a perna bamba, o coração batendo forte e a voz serena do mestre Ruy, dizendo: "mentalidade de iniciante, dudu. Faz o que você sabe fazer". As birutas alinhadas de frente, o vento liso, constante, quase como um convite para me juntar a natureza e desfrutar daquele momento mágico. Mas mesmo assim a emoção parecia controlar a razão. A emoção do novo, da descoberta de fazer sozinho um primeiro vôo em São Conrado. "Mentalidade de iniciante, Dudu" eu pensava. A rampa lotada não ajuda a controlar o nervosismo. Respira, respira. Respira de novo, respiração diafragmática.




A condição estava mesmo perfeita, como diz o Ruy: "se eu tivesse que escolher um dia para voar com a minha avó, aquele seria o dia". Depois descobri que o jargão era mais popular do que eu pensava, rs. Ouvi um "vamos lá", quase que um mantra do sábio mestre que sabe a hora exata de libertar o seu discípulo. Chegou a hora. Segurei os tirantes, olhei novamente para as birutas alinhadas de forma tão perfeitas que pareciam abençoar este momento. O Ruy ajudou a puxar as seletes. Tecnicamente não era necessário, mas emocionalmente foi muito importante para transmitir a confiança que eu precisava naquele instante. O corpo foi ficando leve, o parapente que antes era uma resistência pra trás começava a chegar na cabeça. Novamente o Ruy gritou: "corre, levanta a mão ... e BOM VÔOO !!!"


" ... BOM VÔOO !!!" Isso mesmo ... estava voando ... e agora era comigo apenas. Eu, minha consciência, minhas sensações, um filme que passa na cabeça, mesmo sem perceber. A integração máxima com a natureza. Que sensação incrível, o corpo leve flutuando como uma pássaro que ganha asas. São Conrado que sempre foi pra mim um lugar de passagem, a ligação entre barra e zona sul, ganhava um novo significado, muito especial. O céu tão azul que parecia se juntar com o mar. Fui voando reto até a praia, quase sem fazer curva ... e aos poucos fui relaxando, relaxando. A adrenalina virando endorfina e aquela sensação de intenso prazer. Uma das melhores coisas pra se fazer de roupa. Palavras jamais serão suficientes para descrever a magia deste momento por completo. Obrigado Deus !


Obrigado mestre Ruy ! E a todos que participaram direta ou indiretamente deste momento: Popó, que naquela época apoiava o Ruy nas aulas e hoje se revela um grande e completo instrutor e piloto. Gabriel Klabin e seu fiel e bem humorado motorista, parceiros das aulas em que madrugávamos para ir até o Morrinho de Paciência treinar decolagem e pouso. Não existia nome mais apropriado para este morro: paciência. Acordávamos quase 06:00 e mais uns 40 minutos de carro até lá. Paciência como passaporte para um caminho de segurança, aprendizado e especialmente a alegria de descobrir uma nova paixão. Obrigado Deus !

Cachorro-peixe !! Esse eu queria ter !

Um dos meus comerciais preferidos ...

1 foto em 1 milhão (será ?)

Como primeira postagem, queria deixar uma mensagem especial. Lembrei de uma foto que recebi pela internet ... Sinceramente não sei se é de verdade ou recursos de photoshop. Real ou não, é original e faz refletir ... Sorria para a vida sempre que a natureza lhe devolverá o mesmo sorriso. Basta saber olhar nas pequenas coisas ... Pra mim, esta foto revela muitas mensagens, espero que traga boas reflexões para você também. Bom vôo !